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domingo, dezembro 28, 2003

Aquele sonho de ser um adolescente que bate a porta e sai de casa nunca se concretizou.

Bater a porta em sentido mais amplo: que se danassem as contas, o amparo aos pais, o cachorro que ficaria doente, qualquer plano ou responsabilidade que o envolvesse. O importante seria seu bem-estar, seu ego e suas ambições.

Porém, não se divertira, não criara nada pra si e perdera a esperança de ter uma família no Natal, com a qual comeria nozes abertas no vão da porta.

A eterna gratidão misturada com a falta de respeito é que criava os conflitos.
Sempre fugira, camuflado de sua casa. Encontrava conforto no colo de amigos.
E tinha medo de qualquer relacionamento que pudesse se findar, e depois de anos, retornar a mesma situação da família matriz.

Esse era o risco. E este risco é que o levava a cada dia para um novo abismo.

Depois de mais um Natal, ele secou e misturou-se às uvas passas de um panetone inelástico.

terça-feira, dezembro 16, 2003

"Não creia em salvadores que não demonstrem ações que confirmem a salvação de si mesmos. Se o homicida conhecesse, de antemão, o tributo da dor que a vida lhe cobrará, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe."

Chico Xavier/Emmanuel
Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em sua casa, em Uberaba (MG), no dia 30 de julho de 1991

domingo, dezembro 14, 2003

Bem, chega final de domingo e além da tristeza que essa vinheta do Fantástico me traz, ainda tenho que falar um pouco sobre as coisas que vi, e às vezes, vivi.

Peraí que já volto-rsss


segunda-feira, dezembro 08, 2003


A vida é uma peça de teatro
Que não permite ensaios
Por isso, cante, ria,
Dance, chore
E viva intensamente
Cada momento da sua vida

Antes que a cortina se feche
E a peça termine
Sem aplausos.

Charles Chaplin

domingo, dezembro 07, 2003

Tava toda inspirada para escrever sobre os índios bororos, que se cortam com cacos de vidro e arrancam todos os cabelos com as mãos quando um ente querido morre, e meu pai aparece na sala para falar sobre os consultores de moda que disseram que usar fio dental, nas confraternizações de final de ano das empresas, pega mal, não é elegante -rssss

Meu pai é figura!

Deixa a nostalgia pra amanhã. Brochei.

sexta-feira, dezembro 05, 2003

Almista acordou sem memória.
Tentou lembrar-se de qualquer história, nome ou fisionomia de seu passado. Absolutamente nada.
Sentiu-se liberta sem saber exatamente que tipo de sentimento era esse, já que o dia se abrira exatamente como antes. Mas como saberia se o mundo era assim antes?
Existiam pássaros? Cores e cheiros em tempos passados?
Esforçou-se para lembrar, mas o que sentia era similar ao que havia sentido ao apertar um alfinete entre os dedos. Então, preferiu seguir em frente. Aquilo não seria agradável.
Vagamente, as coisas foram aparecendo. Histórias que não eram as dela, mas que traziam-lhe familiaridade.
Muita coisa estrangeira, surtos e falsas paixões eram a temática preferida daquelas salas escuras por onde passava.
Sem saber exatamente o que era aquilo que lhe tomara todas as manhãs seguintes, foi seguindo por onde as pessoas a cumprimentavam, sorriam e brincavam.
- Devem ser isto a que chamam cotidiano...
E foi através dos sorrisos e das lágrimas emocionadas, que seguiu aquela estrada. Mal sobrava-lhe tempo para entender o que estava vendo, resolveu desistir das perguntas e dos pensamentos incompletos e entregou-se ao infinito.
Ao deparar com um espelho, viu-se refletida com uma luz lhe era estranha. Tocou seu rosto, como quem faz uma escultura de barro e riu, sorrindo, não acreditava:
- Todas as pessoas são diferentes. O tempo deve nos moldar como bonecos! Será que posso colorir este semblante envelhecido?
Juntou os fantasmas que há algum tempo a perseguia (e fazia com que mudasse do seu caminho florido) e os sufocou numa garrafa de champagne.
Numa daquelas encruzilhadas seguiu o perfume das flores, e sem hesitar correu para colher alguns daqueles cravos selvagens.
Criou seu novo ambiente. Recém construído, cheirando a brinquedo novo, retirou as folhas secas do vaso e cravou as unhas na terra úmida.
Ali mesmo, sem nenhum vestígio de amargura, trocou as flores para que novas pessoas pudessem entrar na sala dos seus sentimentos.