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sexta-feira, junho 25, 2004

Estou pronta!
"Pronta! Alô?"
É, acho q já chega de teoria! Meu conhecimento teórico sobre a vida já está mediano para o momento.
Então agora é só treinar-rs
Aquele que conduz o carro não sofre o impacto da lombada, pq já está preparado para ela, ou pelo menos, não bate a cabeça...

quarta-feira, junho 23, 2004

Você perdeu sua capacidade de nadar?
Nesta noite, algo aconteceu...
Uma pergunta veio rondar meus pensamentos e não quer me deixar:
"Será que não estou mais vivendo?"
Mas em contrapartida há outra nuvenzinha que insiste em questionar:
"Mas o que estou perdendo?"
"O que está acontecendo fora da minha bolha?"
"A quem devo pedir ajuda?"
"Até quando devo esperar aqui dentro?"
Sinto-me como o feto acomodado e aquecido... será q a bolsa romper-se-a antes do tempo?
Quero nadar! Sou capaz de sobreviver dentro da água. De abrir os olhos sem ter medo de q ardam.
O que aconteceu?
Alguém poderia me dar uma pista?

terça-feira, junho 22, 2004

O luto faz jus

Gosto daqueles que sofrem por amor.
Daqueles que se dilaceram quando o outro vai ou apenas passa.
Como diria Nelson Rodrigues: "Todo amor é eterno e, se acaba, não era amor". E acho que só aqueles que ficam de luto numa caída à outra são os que viveram aquele sentimento em sua plenitude.
Quem fica na superfície das coisas, não sofre.
Mas tb não cresce.
E quem não está intenso é a parte que perde e que se anula.
Quem ama apenas cede.
Quem tolera é mau recipiente e consegue trair.
Os que seguem sem cicatrizes são aqueles a quem o amor ainda não foi despertado. O amor não depende de uma única pessoa. Depois de adquirido ele é só experimentado de formas diferentes. Ele cessa, recua, mas não morre. Só pára para recuperar o fôlego.
Quem não fica de luto qdo perde ou quando abandona, não aprendeu a sentir o cheiro dos finais-de-tarde e de maçãs verdes.

A alegria está em pequenos fragmentos

E a felicidade é o número maior de combinações que fazemos disso.

"Sans toi les émotions d'aujourd'hui ne seraient que la peau morte des émotions d'autrefois" Hippolito # O Fabuloso Destino de Amelie Poulain


"Sem você, as emoções de hoje seriam a pele morta das do passado"

sexta-feira, junho 11, 2004

Deus joga truco

Fanalti era um garoto inquieto. Desde pequenino não se contentava com as resposta que obtinha na escola, em casa, entre os amigos.
E sempre tinha a curiosidade de conversar com a mula-sem-cabeça, assoviava de noite esperando que as cobras entrassem pela fresta da porta da sala.
Uma vez, comprando verduras no Mercado Municipal com a mãe, achou q finalmente ia ser pego pelo "Homem do Saco". Sentiu uma euforia, um híbrido de medo e curiosidade.
O tempo foi passando e os apelidos foram mudando gradualmente: esquisito, freak, herege, chato, mal-amado,insensível.
E suas justificativas se tornando cada vez mais "convictas": diferente, rebelde, descrente, realista, não-malipulável, intimista, exigente, inconformado, agnóstico.
O tempo fez questão de corrompê-lo através da tolerância, da solidão e dos desprazeres transformando-o num homem quieto, que relevava, dissimulava e dizia coisas só reproduzidas. Ficou íntimo dos clichês e passou a aplicar conceitos físicos nos relacionamentos: ação e reação na mesma proporção. Conforme recebia, retribuía. E sabia a hora que a limitação chegava e deixava de desenvolver, de dizer, de debater, satisfeito com o passo dado daqueles que por alguns instantes deixavam de consumir símbolos culturais e publicitários de amizade, amor, felicidade e família.
Certo dia, desatento, um milagre (para os outros) e uma epifania (para ele) aconteceu: Deus estava sentado em sua sala, pronto para uma conversa.
Entrou sem hesitar, sorriu, abraçou o que não tinha matéria, e olhou nos olhos daquele Ser triste e cansando de ser tão superestimado, cobrado e castrado.
Os dois assistiram filmes, ouviram música, dividiram cobertores, jogaram truco e tomaram vinho quente.
Choraram, falaram de mulheres, contaram suas histórias.
E Deus acabou confessando que havia fumado maconha na adolescência.
E Fanalti, que rezava todos os dias escondido da namorada.

- Sabe Deus. Pra mim você nunca passou de um bicho-papão melhor elaborado! Daquelas lendas criadas para pôr rédeas nas crianças e assim, não causarem muita dor-de-cabeça.

Deus a gargalhadas respondeu:

- E você meu querido Fá, foi o único rapaz que jamais me pediu algo e de quem sempre esperei a brecha impotente e irresponsável para clamar-me por ajuda com as coisas que você mesmo escolhia. Esse dia não chegava... então vim mesmo assim, de sopetão. Mas chega de sentimentalismo e me passa mais uma lata de cerveja.

Fanalti deus três tapinhas nas costas do seu novo amigo e passaram a noite cantando músicas do Legião Urbana, Raul Seixas e Rappa.
"Deusito", como uma criança exausta, dormiu no colo do frágil Fanalti que, pela primeira vez, sentiu-se à vontade com alguém.
One Of Us
Joan Osborne
If God had a name, what would it be?
And would you call it to His face
If you were faced with Him in all His glory?
What would you ask if you had just one question?

Yeah, yeah, God is Great
Yeah, yeah, God is Good
Yeah, yeah, yeah yeah yeah

What if God was one of us?
Just a slob like one of us?
Just a stranger on a bus
Trying to make His way home

If God had a face, what would it look like?
And would you want to see
If seeing meant that you would have to believe
In things like heaven and in Jesus
And the Saints and all the Prophets

Back up to heaven all alone.
Nobody callin' on the phone
'Cept for the Pope maybe in Rome.

Like a holy rolling stone.
Back up to heaven all alone
Just tryin' to make his way Home
Nobody callin' on the phone
'Cept for the Pope maybe in Rome.

quarta-feira, junho 09, 2004

Memória Seletiva

Desculpe-me pela impessoalidade que as coisas andam por aqui, mas há épocas que não há nada mesmo para ser dito.
Aliás, acho q sempre foi dessa forma, pq não existe diálogo q não seja surdo.
O mundo tá repleto de patos egocêntricos. Pq no fundo, mais elaborado ou menos castrado, tá tudo nivelado.
Fazendo bem pra pele um do outro... assim caminha a humanidade.
O passado sempre é melhor pq ganha de quebra um tapa-olho.


domingo, junho 06, 2004

True love waits
Radiohead
I'll drown my beliefs
To have you be in peace
I'll dress like your niece
To wash your swollen feet

Just don't leave, don't leave

And true love waits
In haunted attics
And true love wins
On lollipops and crisps

Just don't leave, don't leave

I'm not living
I'm just killing time
Your tiny hands
Your crazy kiss and smile

Just lonely, lonely..
Just lonely, lonely..

sábado, junho 05, 2004

Life For Rent
Dido

I haven't really ever found a place that I call home
I never stick around quite long enough to make it
I apologize that once again I'm not in love
But it's not as if I mind
that your heart ain't exactly breaking

It's just a thought, only a thought

But if my life is for rent and I don't learn to buy
Well I deserve nothing more than I get
Cos nothing I have is truly mine

I've always thought
that I would love to live by the sea
To travel the world alone
and live my life more simply
I have no idea what's happened to that dream
Cos there's really nothing left here to stop me

It's just a thought, only a thought

But if my life is for rent and I don't learn to buy
Well I deserve nothing more than I get
Cos nothing I have is truly mine

While my heart is a shield and I won't let it down
While I am so afraid to fail so I won't even try
Well how can I say I'm alive

If my life is for rent...

sexta-feira, junho 04, 2004

Do amor
Moska


Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.Relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor. Chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado. Mas é exatamente o oposto, para mim que o amor
se manifesta. A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado, modificado. O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita. O amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebe-lo?
Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?

Minha resposta? O amor é desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre um desconhecido. A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante.

A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar em linha reta ele nos oferece seus oceanos e mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim. Não. Não podemos subestimar o amor. Não podemos castrá-lo.

O amor não é orgânico. Não é meu coração que sente o amor. É minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha, e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém - nascidas. O amor brilha. Como uma aurora colorida e misteriosa. Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida. O amor grita seu silêncio e nos
dá a sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos alimento preferido do amor. Se estivemos também a devorá-lo.

O amor, eu não conheço. E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo. Me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor navega. Morrer de amor é a substância de que a vida é feita. Ou melhor, só se vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.