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domingo, dezembro 28, 2003

Aquele sonho de ser um adolescente que bate a porta e sai de casa nunca se concretizou.

Bater a porta em sentido mais amplo: que se danassem as contas, o amparo aos pais, o cachorro que ficaria doente, qualquer plano ou responsabilidade que o envolvesse. O importante seria seu bem-estar, seu ego e suas ambições.

Porém, não se divertira, não criara nada pra si e perdera a esperança de ter uma família no Natal, com a qual comeria nozes abertas no vão da porta.

A eterna gratidão misturada com a falta de respeito é que criava os conflitos.
Sempre fugira, camuflado de sua casa. Encontrava conforto no colo de amigos.
E tinha medo de qualquer relacionamento que pudesse se findar, e depois de anos, retornar a mesma situação da família matriz.

Esse era o risco. E este risco é que o levava a cada dia para um novo abismo.

Depois de mais um Natal, ele secou e misturou-se às uvas passas de um panetone inelástico.

terça-feira, dezembro 16, 2003

"Não creia em salvadores que não demonstrem ações que confirmem a salvação de si mesmos. Se o homicida conhecesse, de antemão, o tributo da dor que a vida lhe cobrará, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe."

Chico Xavier/Emmanuel
Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em sua casa, em Uberaba (MG), no dia 30 de julho de 1991

domingo, dezembro 14, 2003

Bem, chega final de domingo e além da tristeza que essa vinheta do Fantástico me traz, ainda tenho que falar um pouco sobre as coisas que vi, e às vezes, vivi.

Peraí que já volto-rsss


segunda-feira, dezembro 08, 2003


A vida é uma peça de teatro
Que não permite ensaios
Por isso, cante, ria,
Dance, chore
E viva intensamente
Cada momento da sua vida

Antes que a cortina se feche
E a peça termine
Sem aplausos.

Charles Chaplin

domingo, dezembro 07, 2003

Tava toda inspirada para escrever sobre os índios bororos, que se cortam com cacos de vidro e arrancam todos os cabelos com as mãos quando um ente querido morre, e meu pai aparece na sala para falar sobre os consultores de moda que disseram que usar fio dental, nas confraternizações de final de ano das empresas, pega mal, não é elegante -rssss

Meu pai é figura!

Deixa a nostalgia pra amanhã. Brochei.

sexta-feira, dezembro 05, 2003

Almista acordou sem memória.
Tentou lembrar-se de qualquer história, nome ou fisionomia de seu passado. Absolutamente nada.
Sentiu-se liberta sem saber exatamente que tipo de sentimento era esse, já que o dia se abrira exatamente como antes. Mas como saberia se o mundo era assim antes?
Existiam pássaros? Cores e cheiros em tempos passados?
Esforçou-se para lembrar, mas o que sentia era similar ao que havia sentido ao apertar um alfinete entre os dedos. Então, preferiu seguir em frente. Aquilo não seria agradável.
Vagamente, as coisas foram aparecendo. Histórias que não eram as dela, mas que traziam-lhe familiaridade.
Muita coisa estrangeira, surtos e falsas paixões eram a temática preferida daquelas salas escuras por onde passava.
Sem saber exatamente o que era aquilo que lhe tomara todas as manhãs seguintes, foi seguindo por onde as pessoas a cumprimentavam, sorriam e brincavam.
- Devem ser isto a que chamam cotidiano...
E foi através dos sorrisos e das lágrimas emocionadas, que seguiu aquela estrada. Mal sobrava-lhe tempo para entender o que estava vendo, resolveu desistir das perguntas e dos pensamentos incompletos e entregou-se ao infinito.
Ao deparar com um espelho, viu-se refletida com uma luz lhe era estranha. Tocou seu rosto, como quem faz uma escultura de barro e riu, sorrindo, não acreditava:
- Todas as pessoas são diferentes. O tempo deve nos moldar como bonecos! Será que posso colorir este semblante envelhecido?
Juntou os fantasmas que há algum tempo a perseguia (e fazia com que mudasse do seu caminho florido) e os sufocou numa garrafa de champagne.
Numa daquelas encruzilhadas seguiu o perfume das flores, e sem hesitar correu para colher alguns daqueles cravos selvagens.
Criou seu novo ambiente. Recém construído, cheirando a brinquedo novo, retirou as folhas secas do vaso e cravou as unhas na terra úmida.
Ali mesmo, sem nenhum vestígio de amargura, trocou as flores para que novas pessoas pudessem entrar na sala dos seus sentimentos.


domingo, novembro 30, 2003

Deu prá ti
Kleiton e Kleidir

Deu prá ti, baixo astral
Vou prá Porto Alegre, tchau

Quando eu ando assim, meio down
Vou prá Porto e bah, tri legal


Hoje tô numa felicidade de dar vergonha!
Atravessando o Parque Redenção, uma lágrima sem
a menor timidez saltou. Sorria sozinha!
Não sei bem ao certo se meus lábios acompanhavam o sorriso, mas minha alma estava com os dentes todos para fora...
Há algo aqui, que ainda não decobri e que é melhor ser assim: apenas sentido. A cada vez que o atravesso, algo muda... a cor, o cheiro, a sensação.
Bah! Tri bom!-rs
Só quero a vida neste teor, menos não vale a pena.

sábado, novembro 22, 2003

Jogue os dados

Se você for tentar, vá até o fim.
Senão, nem comece.

Se você for tentar, vá até o fim.
Isso pode ser perder namoradas,
Esposas, parentes, empregos e
Talvez sua cabeça.

Vá até o fim.
Isso pode ser não comer por 3 ou 4 dias.
Pode ser congelar em um banco de praça.
Pode ser cadeia, pode ser o ridículo
Chacota, isolamento.
Isolamento é a benção.
Todo o resto é um teste na sua resistência
De quanto você realmente quer fazer aquilo.

E você vai fazer independente da rejeição
E das piores dificuldades
E será melhor do que qualquer outra coisa
Que você possa imaginar.

Se você for tentar, vá até o fim.
Não existe outra coisa que vá te fazer sentir isso.
Você estará sozinho com os deuses
E as noites se inflamarão em chamas.

Faça. faça. faça.
Faça.

Até o fim.
Até o fim.
Você guiará sua vida direto
Para o riso perfeito,
É a única boa briga que existe.

C. Bukowski

quinta-feira, novembro 20, 2003

passei o ponto deste blogger...

Despediu-se da pressa e foi ser feliz...

As melhores escolhas dependiam da esperança, daquela mulher, estar viva.
O tempo e as decepções fizeram-na pensar que as boas coisas não existiam,
esquecendo-se do caminho que devia trilhar para que isso começasse a ter
valor real.

Numa manhã, ela acorda e pensa no tempo que estava desperdiçando com
outra pessoa que havia passado, naquele inverno solitário, e que não ficou.
Percebeu que sua história estava incompleta e abandonada.

Arrastou-se até a vírgula que havia deixando no terceiro páragrafo, e pensou que seria necessário chegar ao ponto, antes que ela continuasse a resultar reticências.

Não havia mais espaço naquele monólogo, foi necessário dispensar os atores
daquele palco de transforções invisíveis. Era preciso fazer a arte enquanto o público estava distraído.

Viu o que era comum nas pessoas - os vícios, as fugas, os exageros, auto-destruições - quilos, filhos, alianças e livros mesclados ao desespero mútuo.

Desesperados vaidosos que comprometiam a vida colegiada.

E aquilo tudo por amores que não deram certo? -ela se perguntava.
Valeria a pena? - ela não entendia.

Perdiam os caminhos por causa de outros caminhos atravessados, nas bifurcações eram definidas as felicidades e as infelicidades absolutas.

Sentir os dois extremos naquela manhã, seria um presente para ela.
Seria o sinal que precisava para saber se tudo estava funcionando
normalmente, suportando a tristeza até seu último corte e se preparando
para um começo de coisas que não quis descrever, por não existir ainda
os verbos e definições sensorias suficientes para algo aproximado do que
sentia.

Era pertubador vê-la pelas ruas, sozinha e completa. Participando da
solidão coletiva dependente.

Não dependia de humor para regar todos os dias aquela pequena árvore
que lhe agradecia com flores avermelhadas na primavera e dava-lhe lições depois que o ontono a ajudava com as superfluidades nas quais se agarrara
por três estações.

E tudo o que passava era assim... As três estações sempre eram necessárias, para que devorasse o fruto e não arrancasse a flor.

quarta-feira, novembro 19, 2003

A menina que vendia estrelas no farol

Pela manhã, Nina abordou-me sem saber o valor que isso iria trazer a minha existência. No auge de seus 14 anos, o brilho nos olhos, aquela ânsia em viver era contagiante.
- "Bommm dia. Está tudo ótimo tenho certeza." - e sorriu.
E no meio de balas, fotos de bebês precisando de ajuda e scooby-doos infláveis, Nina ofereceu-me estrelas feitas de plástico neon.
Por alguns instantes, cheguei a pensar que era uma espécie de delírio, mas sim! ela trazia kits de luas cheias (plásticos cortados em círculo) misturadas a estrelas.

Falou-me sobre a utilidades delas, que poderiam ser coladas no teto de meu quarto à noite.

Sem pensar, colei as luas na parte de dentro do carro e consegui abstrair aquelas "luas cheias", aquele brilho no olhar às 09 da manhã.

E mais um dia se passou... resolvi então colar uma das estrelas da Nina no monitor do micro, para resgatar a pureza daquela manhã.

Arrastando a tarde, enfim começa a escurecer. Nina já está distante.
A música tomava conta de mim... e na volta pra casa, vi que as estrelas
estavam opacas, escuras.
E antes de começar a me lamentar, pensei: "as verdadeiras estrelas não brilham, quando o brilho vem à tona, elas já se foram".

domingo, novembro 16, 2003

A vida escolhe a dedo os que devem se desgraçar pela paixão.
Os escolhidos desenvolvem este sentimento ao longo do tempo.
Pausas para fôlego na transição dos objetos.
E só era preciso saber receber...
Isso bastaria a eles.
Vão surtando, sonhando, fingindo.
Enquanto só seria necessário arrastar sorrisos e obrigados.


Ela resolve desenterrar seus defuntos... Destripando-os um a um.
Como quem arranca uma artéria cheia de teias construídas de tempo
e desilusões.
O cinema a desconfigura... sai transformada daquela sala onde foi feliz
ao lado de amigos imortais.
Aquela sexta não foi mais uma de suas fugas... foi a prova de que o tempo
revela os amores reais, as pessoas que gastaram seus tempos por ela
e as quais hoje por elas daria a sua vida, seu espírito e os vestígios de
sua esperança.

E foi preciso passar tantos, para saber que o tesouro estava ali.... e que
a verdade era tão simples para que lhe roubasse crédito.

Os personagens amarrados... Salvos pela prisão, mista de remorso e
piedade... amor?

E furou seus olhos, porque a beleza só viria através da lembrança.

O tempo parou...

O orgulho se foi, sobraram as pétalas.

sábado, novembro 08, 2003

POR NÃO ESTAREM DISTRAÍDOS

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector


sexta-feira, novembro 07, 2003

Não quero estar na pele daqueles que acreditaram ser parâmetro o que era essecialmente ímpar...


E fica sempre um cheiro, uma palavra.... (nossa, hoje estou impossível-rs)

Esses pequenos fragmentos de sentimento, de amor e de engano-esperança nos aparecem nas noites de frio, desconexos, com sentido. E daí tudo recomeça, tudo volta a ser zero e não mais cinco negativos.

Não me ligue querido, se não tiver certeza do pacto de sangue, é melhor esperar pelo tédio e pela nostalgia da felicidade que se enrustiu.

As sextas feiras têm sido duras neste ano...
Agonizo cada vez que penso que enquanto bebo e simulo sorrisos é mais um tempo perdido de estar com os pés molhados de mar, uma garrafa de champagne nas mãos e sorrindo com a alma ao lado de uma pessoa que soubesse o que ainda vale a pena nesta vida.

Fiquei sabendo nesta semana que dois casais de amigos meus terminaram.
O estranho é que os conheci juntos, então fica difícil saber como as coisas
são individualmente.
Tenho contato em ambos os casos, com as mulheres. Dá-me curiosidade em saber como os homens estão. Tudo era muito certo.
O casal que conheço há mais tempo era meu símbolo de relacionamento. O apartamento deles era único. Todos os detalhes foram criados - desde as cadeiras às bicicletas penduradas do meio da sala - e isso dilacera minha esperança, vejo-os avulsos e isso dói.

É como se uma certeza tapeasse-nos a cara: somos destinados à solidão, vivendo intensamente ou de forma moderada o rumo é sempre o mesmo.

quarta-feira, novembro 05, 2003

O Pequeno Princípe, Cap. 21 (Antoine de Saint-Exupèry, 1900-1944)

E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
[...]
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

terça-feira, novembro 04, 2003

Acá jo estoi más una noche. Nunca mi puerde ser feliz...
Apertando esse botão de Enviar/ Receber a cada meio minuto. Pra q isso?!!
Num sei mais o q fazer com essa ansiedade! Não consigo mudar isso!
Esses silêncios matam-me aos poucos, num dá pra viver desse jeito...
PQP* qual a dificuldade das pessoas em dar-nos um feedback???
Bastaria um Re: , mesmo que em branco no campo assunto, para que
eu fizesse minhas malas, pedisse exoneração e fosse viver tudo o que me
fosse possível, sem poupar sacrifícios.
O único detalhe é que este Re: nunca me acontece... Estou sempre no Fwd:
E acaba que neste Fwd: sou deletada antes de ser lida.
E quando invento, transformo ou escondo-me numa máscara de novidade, o
resultado acaba sendo o mesmo: no máximo um fwd: !!
E quando não me manifesto, sou trocada por qualquer tipo de piada.
Resolvo então aparecer de Cco: , resultado Ccolento!
As coisas hoje em dia, andam muito mais Express do que Outlook.

terça-feira, outubro 28, 2003

Tenho a prévia do destino nas mãos: vasta solidão.
Depois que meu pai se for (se a natureza conseguir cumprir seu papel e se o desespero não interferir a ordem) nada irá sobrar.
Já sinto falta dos nossos diálogos silenciosos, da nossa convivência calada e rica em detalhes... Um ódio às avessas.
Ao perder-se o referencial da família, as coisas passam a ser muito avulsas. Tudo em retalhos, a esperança em cacos quadrados, sequer uma luz artificial.

segunda-feira, outubro 27, 2003

Segurança - há quem viva sem e há quem morra por ela.
Difícil a tarefa de passá-la, acalentar uma alma em troca de uma doação de si próprio por ela. Permanecer por uma fatia dela.
Uma vez alguém, à flor da pele, escreveu que o amor não seria repetição, rotina e apenas segurança, mas a vontade de voltar ao leito na escolha diária pela continuidade daquilo que está sendo vivido. Sou do time destes "desgraçados" que o amor converte dia-a-dia, porém, não sei se isso se dá por falta de maturidade ou por essa característica de se querer amor incondicional, farto de ilusões insaciáveis.

(Continua...estou com sono)

sábado, outubro 25, 2003

O dia em que uma pipoca salvou uma vida...

É, tem dias que a gente passa do limite. Dias em que o auto-engano não resolve mais e nada mais nos resta.
Dias em que percebemos que estamos implorando a piedade dos outros para nos sentir importante, mesmo que às avessas, para os outros.
Virei cruz.
E surtei nesta noite.
Solucei até ver que nada mesmo tem sentido, perda de tempo esperar reconhecimento de afeto ou coisas do gênero.
Estava tendo auto-piedade. Q ridículo!

A noite me chamava, como se em outro plano eu pudesse ser útil para alguém...

Encontrar alguém que desejasse ter carinho, ver uma alma em carne viva e apreciá-la como uma rosa vermelha no meio de um jardim seco.
E que depois, não enfiasse o dedo dentro do sangue de graça, por vaidade ou mequinharias como orgulho.

Enfernizei meus amigos que se divertiam, perdi a confiança de meu pai, que vê um quarto revirado e intocável há meses e não "sabe" (ou se desespera por dentro) o porquê de tudo isso.

Corte a artéria do meu coração, ela só está a pulsar por falta de coragem, por preguiça de parar e ter de ver seu tempo útil preenchido por mais vazios.

Esta semana ouvi uma amiga contar de um amigo que se suicidou... E depois mudou de assunto. Quis saber o porquê, respondeu-me que ninguém sabia e continuou a contar das suas "baladas".

Nem pra morte a gente presta.

Meses vomitando de desgosto. Todos os dias, sem vacilo.

22 anos comprometidos.

Fiz pipoca, a arte do estouro criou-me mais uma ilusão...



quinta-feira, outubro 23, 2003

Hoje tive um dia mágico! Finalmente marquei uma nova viagem para renovar as ilusões!
Aproveitei o dia para ir ao cinema com a mãe de uma amiga. Conhecer uma outra mãe sem a interferência da família. E de onde sai essa força de ser mãe?
A arte de transformar a vida de um outro ser através de metáforas e exemplos. De deixar errar para fortalecer; de agüentar, em silêncio, lágrimas gratuitas que clamam por migalhas de sentimento?
Todos os educadores são grandes artistas.


terça-feira, outubro 21, 2003

"Há trezentos anos, pelo menos, a ditadura da utilidade
é unha e carne com o lucrocentrismo de toda essa nossa
civilização. E o princípio da utilidade corrompe todos
os setores da vida, nos fazendo crer que a própria vida
tem que dar lucro. Vida é o dom dos deuses, para ser
saboreada intensamente até que a bomba de nêutrons ou o
vazamento da usina nuclear nos separe deste pedaço de
carne pulsante, único bem de que temos certeza. "

Paulo Leminski

"Quem já bebeu, beberá, quem já sonhou, sonhará. Nunca desistirá desses abismos atraentes, que soam insondáveis, que penetram no proibido, que se esforçam por seguar o impalpável e ver o invisível; volta-se para eles, debruça-se sobre eles, dá-se um passo na direção deles, depois dois; e é então que se penetra no impenetrável e é então que se econtra o alívio ilimitado da meditação infinita."
Victor Hugo

Sessão recalque:

Encontrando você
Alanis

"Querido, sua mãe (minha amiga) deixou uma mensagem em minha secretária eletrônica; ela estava furiosa
Dizendo que você estava louco, falando que queria se virar sozinho
Eu acho que ela pensou que eu seria um recurso perfeito porque nós tínhamos esta
Ligação inexplicável desde nossa juventude e

Sim, eles estão em choque, estão em pânico; você e sua crônica, eles e seu drama
Você nos deixou embaraçados no meio dessa desilusão

Se nós fôssemos nossos corpos
Se nós fôssemos nossos futuros
Se nós fôssemos nossas defesas, eu estaria encontrando você
Se nós fôssemos nossa cultura
Se nós fôssemos nossos líderes
Se nós fôssemos nossas negações, eu estaria encontrando você

Eu me lembro claramente um dia, anos atrás, no qual estávamos; você sabia mais do que achava que deveria saber
Você disse "Não quero nunca sofrer uma lavagem cerebral" e você estava viajando, você era intenso
Você estava desconfortável em sua própria pele; você estava com sede, mas, principalmente, estava lindo

Se nós fôssemos nossos nomes etiquetados
Se nós fôssemos nossas rejeições
Se nós fôssemos nossos resultados, eu estaria encontrando você
Se nós fôssemos nossas indignações
Se nós fôssemos nossos sucessos
Se nós fôssemos nossas emoções, eu estaria encontrando você

Você e eu, era como se tivéssemos 4 anos de idade, nós queríamos saber o porquê de tudo
Nós queríamos nos revelar a vontade e nos expressarmos e nunca falar pequeno e sermos intuitivos
E questionar poderosamente e encontrar Deus, meu farol torturado

Nós precisamos encontrar companhias de mesma opinião

Se nós fôssemos as condenações deles
Se nós fôssemos as projeções deles
Se nós fôssemos nossas paranóias, eu estaria encontrando você
Se nós fôssemos nossos rendimentos
Se nós fôssemos nossa obsessão
Se nós fôssemos nossas aflições, eu estaria encontrando você

Nós precisamos de reflexão, realmente precisamos de uma boa memória.
Sinta-se à vontade para me ligar com um pouco mais de freqüência."


segunda-feira, outubro 20, 2003

Tenho alguns amigos com os quais posso compartilhar das "existencialidades"-rs.
Acabo por descobrir que não se deve deixar a alma tão exposta, ela enfraquece...
Estou buscando os pontos que fizeram-me sair da trilha equilibrada e perder
o foco. O medo cega. O inconsciente grita. Eu quero é mais!

domingo, outubro 19, 2003

"Não é suficiente dizermos: eu amo Deus, mas não amo meu vizinho...Como podem amar Deus, que não se vê, se não amam o vizinho que se vê, que pode tocar, com quem vive?", disse a Madre Teresa em seu discurso ao receber o Prêmio Nobel da Paz em 1979.

quinta-feira, outubro 16, 2003

A palavra-chave de hoje é asco!
Tô com nojo de tudo isso!
Meu quarto, minhas coisas, todas jogadas, dissimuladas...
Fui vivendo sem nada, sem planejar, sem parar para ver
o quê de verdade as coisas são, mas acho que há certas
coisas que não dão pra se passar à limpo...
Olho pro meu cachorro e choro, como pude deixar que
os anos se passassem sem olhar pra ele como deveria?
Não agüento mais fugir, mas isso aqui é muito muito
pouco...
As coisas não podem ser só isso!
Que patético seria se os símbolos que engolimos da
mídia resumissem a uma família de Molico! Aos cães
com cara de Frolic!
Que boçal sair de casa para rir para os outros enquanto
por dentro sinto-me em estilhaços!!

Tudo é novidade, claro...mas já encheu o saco.

Não posso cair no conto de fadas de que o que
me falta é o garoto-propaganda das Gilletes Sensor,
Proback III, 3 camadas de cara limpa! Pronto!Sacudo
meus cachos Seda Hidraloe e o mundo ficará aos meus
pés, por causa das Sandálias Grendha!

Gente! A imagem do casamento, da felicidade e o conceito
de família têm de ir além do clichê da publicidade!

Só queria descobrir uma maneira de viver sem depender
desse amor em caldas que não existe além da minha própria
essência de sentí-lo, à flor da pele, e independente de com
quem...

Procuro apenas um recipiente confortável para essa
paixão, esse delírio e esse transbordamento exausto
de amor em pó... solúvel a lágrimas...

Vou deitar que passa...


terça-feira, outubro 14, 2003

Ganhei um livro de uma amiga que por descuido quase precisei acionar um mandado de segurança para recuperá-lo!-rs
Logo, ele merece ser citado:


"Não se deve deixar enganar em sua solidão, por existir algo em si que deseja sair dela. Justamente tal desejo, se dele se servir tranqüila e sossegadamente como de um instrumento, há de ajudá-lo a estender sua solidão sobre um vasto território. Os homens, com o auxílio das convenções, resolveram tudo facilmente e pelo lado fácil da facilidade; mas é claro que nós devemos agarrar-nos ao difícil. Tudo o que é vivo se agarra a ele, tudo na natureza cresce e se defende segundo a sua maneira de ser; e faz-se coisa própria nascida de si mesma e procura sê-lo a qualquer preço e contra qualquer resistência. Sabemos pouca coisa, mas que temos de nos agarrar ao difícil, é uma certeza que não nos abandonará. É bom estar só, porque a solidão é difícil. O fato de uma coisa ser difícil deve ser um motivo a mais para que seja feita. Amar também é bom: porque o amor é difícil. O amor de duas criaturas humanas talvez seja a tarefa mais difícil que nos foi imposta, a maior e última prova, a obra para a qual todas as outras são apenas uma preparação. Por isso, pessoas jovens que ainda são estreantes em tudo, não sabem amar: tem de aprendê-lo.

Com todo o seu ser, com todas as suas forças concentradas em seu coração solitário, medroso e palpitante, devem aprender a amar. Mas a aprendizagem é sempre uma longa clausura. Assim, para quem ama, o amor, por muito tempo e pela vida afora, é solidão, isolamento cada vez mais intenso e profundo. O amor, antes de tudo, não é o que se chama entregar-se, confundir-se, unir-se a outra pessoa. Que sentido teria, com efeito, a união com algo não esclarecido, inacabado, dependente? O amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo em si mesmo, tornar-se um mundo para si, por causa de um outro ser; é uma grande e ilimitada exigência que
se lhe faz, uma escolha e um chamado para longe. Do amor que lhes é dado, os jovens deveriam servir-se unicamente como um convite para trabalhar em si mesmos ("escutar e martelar dia e noite"). A fusão com outro, a entrega em si, toda a espécie de comunhão não são para eles (que deverão durante muito tempo ainda juntar muito, entesourar) ; são algo de inacabado para o qual, talvez, mal chegue atualmente a vida humana.

Aí está o erro tão grave e tão freqüente dos jovens: eles - cuja natureza comporta o serem impacientes - atiram-se uns aos outros quando o amor desce sobre eles e derramam-se tais como são com seu desgoverno, a sua desordem, sua confusão. Que acontecerá pois? Que poderá fazer a vida desse montão de material estragado a que eles chamam sua comunhão e facilmente chamariam sua felicidade? Que futuro os espera? Cada um se perde por causa de outro e perde ao outro e a muitos outros que ainda queriam vir. Perde os longes e as possibilidades, troca o aproximar-se e o fugir de coisas silenciosas e cheias de sugestões por uma estéril perplexidade de onde nada de bom pode vir, a não ser um pouco de enjôo, desilusão e empobrecimento. Depois procuram salvar-se, agarrando-se a uma das muitas convenções que se oferecem como abrigo para todos nesse perigoso caminho. Nenhum terreno da experiência humana é tão cheio de convenções como este. Há nele uma profusão de cinto salva-vidas, canos e bexigas e natatórias, toda espécie de refúgios preparados pela opinião que, inclinada a considerar a vida amorosa um prazer, teve de torná-la fácil, barata, sem perigos e segura como os prazeres do público.

No entanto, muitos jovens que amam erradamente, isto é, entregando-se simplesmente sem manterem a sua solidão - e a média fica sempre nisso -, sentem o peso opressivo do erro cometido e gostariam de, à sua maneira, tornar vivedouro e fértil o estado de coisas a que se vêem reduzidos. A sua natureza lhes diz que as questões de amor não podem, menos ainda do que qualquer outra importante, ser resolvidas em comum, conforme um acordo qualquer; que são perguntas feitas diretamente de um ser humano para outro, que em cada caso exigem outra resposta, específica, estritamente pessoal. Mas como podem eles, que já se atiraram uns aos outros e não mais se delimitam nem se distinguem, quer dizer, que nada possuem de seu, encontrar uma saída em si mesmos, no fundo de sua solidão já derramada?


Quem examina a questão com seriedade, acha que, como para a morte, que é difícil, também para o difícil amor não foi encontrado até hoje uma luz, uma solução, um aceno ou um caminho. Não se poderá encontrar, para ambas estas tarefas, que carregamos veladas em nós e transmitimos sem as esclarecer, nenhuma regra comum, baseada em qualquer acordo. Na medida, porém, em que começarmos a tentar, solitários, a vida, estas grandes coisas hão de aproximar da nossa solidão. As exigências feitas à nossa evolução pela tarefa difícil do amor são sobre-humanas e, quando estreantes, não podemos estar à sua altura. Mas se perseverarmos, apesar de tudo, e aceitarmos esse amor como uma carga e um tirocínio em vez de nos perdermos na fácil e leviana brincadeira que serve aos homens para se subtraírem ao problema mais grave de sua existência - então, talvez, um leve progresso e alguma facilidade venham a ser experimentados por aqueles que chegarem muito tempo depois de nós - e isto já será muito.

A humanidade da mulher, levada a termo entre dores e humilhações há de vir à luz, uma vez despidas, nas transformações de sua situação exterior, as convenções de exclusiva feminilidade. Os homens que não a sentem vir ainda, serão por elas surpreendidos e derrotados. Um dia ali estará a moça, ali estará a mulher cujo nome não mais significará apenas uma oposição ao macho nem suscitará a idéia de complemento e de limite, mas sim a de vida, de existência: a mulher ser-humano. Este progresso há de transformar radicalmente (muito contra a vontade dos homens a quem tomará dianteira) a vida amorosa hoje tão cheia de erros numa relação de ser humano para ser humano, não de macho para fêmea. É esse amor mais humano (que se produzirá de maneira infinitamente atenciosa e discreta, num atar e desatar claro e correto) assemelhar-se-á àqueles que nós preparamos lutando fatigosamente, um amor que consiste na mútua proteção, limitação e saudação de duas solidões."
Rainer Maria Rilke 14/05/1904
Cartas a um jovem poeta


segunda-feira, outubro 13, 2003

Os inferninhos da noite não são somados aos demais acontecimentos da vida.
São compreendidos como surtos, como válvulas de escape para a falta
de verdade e coragem nos relacionamentos declarados...


domingo, outubro 12, 2003

Este foi o banho mais difícil destes 22 anos...
Melhor: deste últimos 10 anos, tempo útil para ter opinião própria e
memória para recordar dos fatos.
Banho para perder a esperança através da lucidez e para recuperar
a pureza através das lágrimas, misturadas às gotas do chuveiro, que
já vêm mescladas de natureza com química humana.