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quarta-feira, novembro 19, 2003

A menina que vendia estrelas no farol

Pela manhã, Nina abordou-me sem saber o valor que isso iria trazer a minha existência. No auge de seus 14 anos, o brilho nos olhos, aquela ânsia em viver era contagiante.
- "Bommm dia. Está tudo ótimo tenho certeza." - e sorriu.
E no meio de balas, fotos de bebês precisando de ajuda e scooby-doos infláveis, Nina ofereceu-me estrelas feitas de plástico neon.
Por alguns instantes, cheguei a pensar que era uma espécie de delírio, mas sim! ela trazia kits de luas cheias (plásticos cortados em círculo) misturadas a estrelas.

Falou-me sobre a utilidades delas, que poderiam ser coladas no teto de meu quarto à noite.

Sem pensar, colei as luas na parte de dentro do carro e consegui abstrair aquelas "luas cheias", aquele brilho no olhar às 09 da manhã.

E mais um dia se passou... resolvi então colar uma das estrelas da Nina no monitor do micro, para resgatar a pureza daquela manhã.

Arrastando a tarde, enfim começa a escurecer. Nina já está distante.
A música tomava conta de mim... e na volta pra casa, vi que as estrelas
estavam opacas, escuras.
E antes de começar a me lamentar, pensei: "as verdadeiras estrelas não brilham, quando o brilho vem à tona, elas já se foram".

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