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quinta-feira, novembro 20, 2003

Despediu-se da pressa e foi ser feliz...

As melhores escolhas dependiam da esperança, daquela mulher, estar viva.
O tempo e as decepções fizeram-na pensar que as boas coisas não existiam,
esquecendo-se do caminho que devia trilhar para que isso começasse a ter
valor real.

Numa manhã, ela acorda e pensa no tempo que estava desperdiçando com
outra pessoa que havia passado, naquele inverno solitário, e que não ficou.
Percebeu que sua história estava incompleta e abandonada.

Arrastou-se até a vírgula que havia deixando no terceiro páragrafo, e pensou que seria necessário chegar ao ponto, antes que ela continuasse a resultar reticências.

Não havia mais espaço naquele monólogo, foi necessário dispensar os atores
daquele palco de transforções invisíveis. Era preciso fazer a arte enquanto o público estava distraído.

Viu o que era comum nas pessoas - os vícios, as fugas, os exageros, auto-destruições - quilos, filhos, alianças e livros mesclados ao desespero mútuo.

Desesperados vaidosos que comprometiam a vida colegiada.

E aquilo tudo por amores que não deram certo? -ela se perguntava.
Valeria a pena? - ela não entendia.

Perdiam os caminhos por causa de outros caminhos atravessados, nas bifurcações eram definidas as felicidades e as infelicidades absolutas.

Sentir os dois extremos naquela manhã, seria um presente para ela.
Seria o sinal que precisava para saber se tudo estava funcionando
normalmente, suportando a tristeza até seu último corte e se preparando
para um começo de coisas que não quis descrever, por não existir ainda
os verbos e definições sensorias suficientes para algo aproximado do que
sentia.

Era pertubador vê-la pelas ruas, sozinha e completa. Participando da
solidão coletiva dependente.

Não dependia de humor para regar todos os dias aquela pequena árvore
que lhe agradecia com flores avermelhadas na primavera e dava-lhe lições depois que o ontono a ajudava com as superfluidades nas quais se agarrara
por três estações.

E tudo o que passava era assim... As três estações sempre eram necessárias, para que devorasse o fruto e não arrancasse a flor.

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