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sábado, outubro 25, 2003

O dia em que uma pipoca salvou uma vida...

É, tem dias que a gente passa do limite. Dias em que o auto-engano não resolve mais e nada mais nos resta.
Dias em que percebemos que estamos implorando a piedade dos outros para nos sentir importante, mesmo que às avessas, para os outros.
Virei cruz.
E surtei nesta noite.
Solucei até ver que nada mesmo tem sentido, perda de tempo esperar reconhecimento de afeto ou coisas do gênero.
Estava tendo auto-piedade. Q ridículo!

A noite me chamava, como se em outro plano eu pudesse ser útil para alguém...

Encontrar alguém que desejasse ter carinho, ver uma alma em carne viva e apreciá-la como uma rosa vermelha no meio de um jardim seco.
E que depois, não enfiasse o dedo dentro do sangue de graça, por vaidade ou mequinharias como orgulho.

Enfernizei meus amigos que se divertiam, perdi a confiança de meu pai, que vê um quarto revirado e intocável há meses e não "sabe" (ou se desespera por dentro) o porquê de tudo isso.

Corte a artéria do meu coração, ela só está a pulsar por falta de coragem, por preguiça de parar e ter de ver seu tempo útil preenchido por mais vazios.

Esta semana ouvi uma amiga contar de um amigo que se suicidou... E depois mudou de assunto. Quis saber o porquê, respondeu-me que ninguém sabia e continuou a contar das suas "baladas".

Nem pra morte a gente presta.

Meses vomitando de desgosto. Todos os dias, sem vacilo.

22 anos comprometidos.

Fiz pipoca, a arte do estouro criou-me mais uma ilusão...



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