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quarta-feira, novembro 17, 2004

Quebrando as próprias barreiras

Sobre ciúmes

Tá aí uma questão difícil de ser resolvida.
O cotidiano é cheio de homens e mulheres.
Homens e mulheres bonitos, ou inteligentes, ou interessantes e interessados.
Atraentes ou não, por carência ou por falha de caráter, ninguém está imune.
Ainda que pensantes, há aqueles que deixam prevalecer o instinto selvagem sobre a razão e a coerência para estarem à beira do ridículo.

Toda pessoa tem um ciclo de possibilidades.
Há muita gente avulsa, à toa, à espera, à caça e à espreita.
Nada pode ser feito.

Porém, todo casal tem a sua história. Que começa pelo mesmo impulso ou estímulo pelo qual o ciúme nasce.
Eles vão moldadando a cada dia, o origami da convivência: as palavras que serão ditas, as que serão caladas,
a forma como falar de coisas intensas ou supérfluas, a liberdade de se expor, de fazer tudo ou nada juntos. A necessidade de atenção. De suprir carências, os abraços nas horas difíceis, de doenças, de perdas, de desesperos.

Então, como deixar com que apenas um estímulo - quase sempre imaginário- acabe com tudo o que foi construído?
Ou...
Como se deixar ser atraído por um estímulo rápido - dos machos e das fêmeas no cio - se somos seres pensantes, inteligentes e sensíveis?

"Quem sente ciúmes não se respeita", diria um amigo. Porque o ciumento sente-se o último Ser interessante do planeta.
E quem não sente culpa por causar ciúmes, não pode entender muito do que está sendo vivido também.

O verdadeiro amor é incondicional. Mas não é passivo.
São necessárias interferências para que juntas, as pessoas se moldem e se transformem.


Sobre traição
Quem trai é quem perde. Sempre volto nessa idéia.
Ninguém tem a obrigação de estar com uma pessoa que não é suficiente para si.
Não é honesto consigo, nem com o outro.
Porém, ser traído e fazer vista grossa é ser egoísta.
Porque quem trai não arrisca perder, nem abandona.
Quem trai é fraco.
E quem aceita a traição já desistiu da vida e das coisas essenciais.
O medo da traição não deve ser pelas outras pessoas e seus comentários, e sim, pela descoberta que o tempo todo se relacionou sozinho sem se dar conta do que a outra pessoa fazia e sentia. Como na música do Peninha aí embaixo: aonde estava a outra pessoa enquanto ele sentia tudo isso? Cadê a interação da coisa? Ele não estava a vendo, ele é apenas um egocêntrico com dor-de-cotovelo.
Amor tem que estar em sintonia. E por mais difícil que seja, só através do risco diário e da liberdade confiada é que ele sobrevive.

2 comentários:

Anônimo disse...

O ATRASO PONTUAL
Ontens e hojes, amores e odio,
adianta consultar o relogio?
Nada poderia ter sido feito,
a nao ser no tempo em que foi logico.
Ninguem nunca chegou atrasado.
Bencaos e desgracas
vem sempre no horario.
Tudo o mais eh plagio.
Acaso eh este encontro
entre o tempo e o espaco
mais do que um sonho que eu conto
ou mais um poema que eu faco?
(paulo leminski)

Bjos, guria! =)

Clarissa disse...

Íris, você fala da qualidade nas "relações". O que muitas vezes chamamos de relacionamento, foram apenas tentativas de nos relacionarmos. As relações verdadeiras, são como os momentos "kodak", fica registrado forever, porque são momentos eu-tu. A traição e o ciúmes são momentos eu-outro, portanto, estes vão passar como o vento, como as palavras que são ditas e não têm validade, porque não são expressas no comportamento.

Um super beijo da Clá.

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