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terça-feira, fevereiro 03, 2004

A mulher deveria agir durante o dia como quando está de toalha.
Deveria permitir-se o silêncio nos momentos não só de reflexão,
mas de prazer. O prazer mudo é o completo. Cores, cheiros e
entrelinhas são o cotidiano que se perde em troca de meia dúzia
de palavras...
Deveria ela escolher a parede na qual pôr o pé e relaxar. Ler qquer
livro infantil, imaginar castelos e tentar se apaixonar pela história
do patinho feio novamente. Chorar ao assistir Dumbo, rir ao assustar
amigos com cobras de plástico.
Sentar em bancos de qualquer praça para se deliciar ao rasgar o plástico
de um novo disco ou livro. Chupar pirulitos. Puxar o cabelo do chefe e sair
correndo. Mostrar a língua da janela do ônibus para as crianças. Ser pega pelos sinos
de uma igreja.
Amar as pequenas coisas, sentí-las por dentro e retribuí-las, já filtradas, para
fora.

Enquanto ele planta uma roseira para o seu amor e espera até que um peixe asse.

Fazem arrozes juntos e riem da estranheza dos plurais... erram o coletivo de lobos, dos selos e o feminino de cabrito.

Abro a mão e sinto um rosto em minha palma.

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